top of page
Paulo César - PT
Paulo César apresenta uma escrita surpreendente, com visões próprias e inesperadas, numa linguagem que procura cruzar influências literárias e estilísticas. Revisitando e reescrevendo o “Memorial do Convento”, apresentando uma faceta escondida, mas presente, da poesia de Cesário Verde, dando a conhecer como podemos viver seguindo os princípios filosóficos e a forma de viver de Ricardo Reis, transporta-nos para locais e situações que só ele sabe edificar, associando uma invulgar capacidade de criação a uma imaginação fértil e original.

Lobo mau ataca a República dos
três porquinhos
Os contos são heterogéneos, sendo que alguns reflectem pensamentos avulsos, fora de tempo e espaço, vividos unicamente no pensamento, transportando-nos para situações improváveis, impensáveis e, até, surreais; noutros vislumbram-se situações absurdas carregadas de realismo, um pendor deambulatório evidente, a atenção obsessiva de um “voyeur” aos pormenores que se vão deparando à visão pensante. A fronteira entre a realidade e a não-realidade confundem-se num jogo de expectativa e de inesperada surpresa, criando-se uma confusão de pormenor ao leitor, entre a dúvida e a não concretização da certeza.
Os contos permitem ligar o leitor à sua realidade e à realidade dos personagens, identificando-os e identificando-se como actores de situações semelhantes, possibilitando-lhe, através de uma leitura profunda, a compreensão de inquietações e aspectos que são despertados pela leitura atenta dos mesmos.


9 anos, 1 segredo, 2 eRRes
Paulo César arrisca neste livro entrar no mundo de Saramago, Cesário Verde e Ricardo Reis, insinuando-se como o eu-narrador de Saramago, usando Silva Pinto, grande amigo de Cesário, como testemunha e revelador de um poder e de um grande segredo do poeta, e narrando a forma como Pedro Pais consegue viver o amor de acordo com os ensinamentos de Ricardo Reis. Com um estilo pessoal, grande imaginação e criatividade, parece que lemos o próprio Saramago a narrar o que aconteceu a Baltasar durante os nove anos de ausência e a acrescentar acontecimentos credíveis ao final de "Memorial do Convento". Silva Pinto, seguindo o apelo de Cesário, que lhe disse do além-mundo "Sê natural!", parece ser ele mesmo a revelar um momento de absoluto deleite masoquista do poeta que partiu cedo deste mundo. Já em " O altar de Ricardo Reis", seguindo uma narração de primeira pessoa, Pedro Pais revela, inicialmente, como é viver de acordo com os princípios básicos do instinto amoroso incontrolável e ditador para depois nos dar a conhecer como a obra de Ricardo Reis, à qual presta culto pagão, o ensinaram a evitar as armadilhas do amor-paixão, levando-o a seguir uma vida disciplinada e de contenção amorosa, rejeitando os sobressaltos e as inquietações que as ligações sentimentais intensas provocam.
Quadros
BLOG
Reportagens









bottom of page