26 de maio
A ciência existe para nos permitir ver além do nosso limitado campo de visão. Tudo o que enxergamos está no nosso entorno, no plano físico das coisas macroscópicas. Além disso, só contamos com a captação científica, a orientação das medições testadas e aprovadas, antes de fornecidas ao grande público. Dotados de inteligência, somos formados na direção da confiança nas verdades científicas, pois embora elas possam aqui e ali falhar, são ainda a melhor direção para onde devemos ir.
O tolo não acredita na ciência, porque só crê no que vê. Se os vizinhos dele não estão com covid, ele diz que a pandemia não existe. Se não conhece ninguém que morreu de covid, ele diz que a doença não mata, que as pessoas estão morrendo por outras razões. Se ele teve covid e os sintomas foram leves, ele vai dizer que ela é só uma gripezinha. E então, para explicar que os veículos de comunicação noticiem a informação que ele nega, afirmará que existe uma grande conspiração global de um inimigo interno ou externo, e/ou que tudo é fakenews.
Mas a ciência é implacável! Ela não apenas vê o que não vemos, mas faz prospecções sobre o que ainda não podemos ver. E quando a verdade for notada, meus amigos, acabará por ser cruel com quem não ouviu as orientações científicas. Isso é o que acontece hoje no (com o) Brasil. Estamos sendo engolidos pela nossa própria ignorância. Tornamo-nos uma nação de idiotas, comandados por idiotas rumo ao precipício. Negamos a ciência apenas por limitação intelectual, pondo no lugar dela mitos e crenças que não nos oferecem qualquer garantia.
“Ah, mas a ciência já errou muitas vezes!” Sim, contrapor a ciência é válido e importante. Mas a gente só nega a ciência com a própria ciência (não com mitologias ou mitomanias). Se eu desconfio que uma verdade científica possa ser negada, devo investir em pesquisas que me permitam encontrar o erro científico e a correção para ele, com base nos novos resultados obtidos. Dizer não à ciência porque o pastor falou, ou o astrólogo do presidente falou, é um sinal obtuso de ignorância.
Por essas e outras, tenho repetido um mantra desde 2018: Precisamos devolver o poder aos intelectuais. Precisamos devolver o poder aos intelectuais. Precisamos devolver o poder aos intelectuais...
Marcelo Brandão Mattos
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