
CULTURA E CIDADANIA
Confluência entre o espaço urbano e a arte: pertencer
A partir de qual momento nos sentimos pertencentes?
Quando começamos a nos reconhecer nas paisagens, nos modos de vivência, nas celebrações e nas lutas?
A confluência entre o espaço urbano e a arte está presente em diversos aspectos que perpassam nosso cotidiano. Não apenas no reconhecimento de vista, mas no reconhecimento de emoções, lutas e alegrias. O pertencimento não se dá apenas pela presença física no espaço, mas também pela forma como nos relacionamos com ele e como ele nos acolhe. A arte, nesse sentido, atua como uma ponte entre o indivíduo e o território, tornando-se um elemento fundamental para a construção de uma identidade urbana.
Viver a cidade é muito mais do que apenas transitar por suas ruas e avenidas; é sentir seu movimento no dia a dia, no contato com outras pessoas, nos momentos de encontro e troca. A cidade é feita por seus habitantes – não apenas pelos artistas e fazedores de cultura que a ressignificam com suas expressões, mas por cada cidadão que nela constroi sua rotina, sua história e seu pertencimento. Está na senhora que varre sua calçada e troca cumprimentos com os vizinhos, no grupo de amigos que vai à praça jogar conversa fora, na criança que descobre um novo caminho de volta para a casa e se encanta com o desconhecido.
A vivência urbana é marcada por gestos cotidianos que dão sentido ao espaço, que fazem do bairro um lar e da cidade um território compartilhado. Logo, é na ocupação dos espaços públicos, nas relações de vizinhança e na diversidade de viver que cada um imprime na cidade que a torna um espaço vibrante moldado pelas experiências e afetos de quem a habita.
O sentimento de pertencimento surge a partir do momento em que a cidade deixa de ser apenas um cenário de paisagem e se torna um espaço de identidade, acolhimento e significado. O pertencer se cria nas relações estabelecidas com o ambiente e com as pessoas que o compartilham – no reconhecimentos de rostos familiares no caminho para o trabalho, na memória afetiva ligada à uma esquina específica, no som característico de um bairro que ecoa vivências e histórias. Nessa perspectiva, pertencer é sentir que se tem um lugar, que a cidade também é sua, não apenas como um endereço mas como um espaço em que sua existência possui uma marca e continuidade.
Esse sentimento se fortalece quando existem espaços acessíveis e democráticos para manifestação e convivência, em que cada indivíduo consegue se ver representado e ser parte ativa da construção do urbano. A partir das vivências nos espaços públicos, na valorização das culturas locais e na coletividade que o pertencimento se manifesta, a cidade se torna mais do que um espaço físico, mas em um espaço comum.
A arte é um dos caminhos mais potentes para a construção do pertencimento na cidade, pois ela permite que as pessoas se reconheçam nos locais que convivem e transformem o urbano em um espaço de identidade e expressão. Seja o espetáculo de teatro no centro da cidade até o cortejo popular no bairro, o sarau na laje, os brinquedos e as brincadeiras, o grupo de capoeira da praça, a comida de terreiro ou o bordado, a arte é capaz de criar pontes entre o indivíduo e o coletivo. Dessa forma, quando a arte e a cultura se misturam na dinâmica urbana, elas modificam lugares e os tornam mais participativos e acolhedores, reafirmando que a cidade pertence a quem a vive.
A cultura, em sua pluralidade, não apenas reflete só a cidade, mas também a recria, tornando-a mais alegre, viva e democrática. Assim, ao compreendermos a cidade como um rio que conflui com a arte, percebemos que o direito à cultura é, acima de tudo, o direito de pertencer.
[Por: Maria Theresa Ramos do Carmo Ianni. Cultura e Cidadania: Uma Análise Interpretativa da Cidade e da Arte como Espaço de Manifestações Políticas. Pesquisa disponível de forma física nos locais: Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, Biblioteca da Escola Livre de Artes e CEU das Artes - Unidade Ressaca e em formato digital pelo link: Cultura e Cidadania: Uma Análise Interpretativa da Cidade e da Arte como Espaço de Manifestações Políticas]
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jornadas freireanas 2020
Reconhecendo que a Literatura independente tem a capacidade de ultrapassar fronteiras e ser uma estratégica ferramenta na luta revolucionária, a IBI LITERRÁRIO tem buscado fomentar a escrita e a publicação de obras de autorxs independentes em áreas rurais e campesinas do Brasil. Com isso propomos a partir da Oficina: “Eu me (d)escrevo – Literatura sem fronteiras” partilhar com militantes e educadores populares estratégias, caminhos e pedagogias experimentadas no Projeto Eu me (d)escrevo realizado no Acampamento Egídio Brunetto- MST- Lagoinha\SP e no município de Mutum/MG.

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